Praça da Cidade

I see your beautifull smile

Talk to me, show some pity, you touch me in many, many ways..

Aos poucos as coisas começavama se alinhar, quando ela falou que detestava bêbados foi quase como tomar uma flechada, mas bem, não fazia tanta besteira quando bebia além da conta, e isos já era raro, considerando que ele era bem forte com bebidas, mas já estava tentando cortar aquele vicio com o passar dos anos. Sorriu meio sem graça. - Ah, mas eu sou um bêbado camarada, nos raros momentos que bebo demais. Acho que o máximo de perigo que posso oferecer à alguém é que tropecem em mim. Uns amigos já diziam que eu sou o bêbado feliz, ri de tudo, dança, mas passa 15 minutos e já capoto em sono profundo. - e aquilo não era mentira, quando dava conta de si acabava acordando com uma ligeira dor no corpo por ter dormido feito um macaco e claro com uma dor de cabeça digna de latejos fortes.

Aos poucos os passos foram chegando à seu fim, eles já poderiam ver a praça nem tão distante e ele ainda parecia escolher e medir suas palavras como se fizesse uma seleção de todas elas. Quando chegaram ele decidiu não enrolar mais, era mais fácil dizer logo do que impedir que aquilo saísse. Virou-se ficando de frente para ela e fitando-a nos olhos, deu um sorriso meio forçado, até bufar e aparentemente dizer do que ia dizer para então soltar. - Nem imagino que saiba da festa que vai acontecer em alguns dias, eu estava imaginando que se você não iria querer ir comigo. É, estou te convidando. - no fim deu de ombros deixando as sombrancelhas em arco enquanto parecia esperar alguma resposta dela. Vale lembrar que após a vírgula suas palavras aceleraram consideravelmente, mas enfim, ele tinha conseguido.

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Presente do Klaus

I'm shy and turn my head away

Can see how you are beautiful, can you feel my eyes on you?

Ele fechou os olhos e por alguns insantes pôde se sentir bem mais aliviado do que já esteve em toda vidade. Não imaginou que fosse tão fácil dizer o que queria, e mesmo que levasse um não se sentiria com aquele típico sentimento de 'serviço cumprido'. Entortou um pouco o rosto, encarando-a ainda e brotando vagarosamente um sorriso tímido no rosto. Puxoua- por uma das mãos para junto de si e a abraçou fortemente. - Eu te... - o coração pulsva loucamente dentro de seu peito, como se quizesse explodir, por certo tempo ele cogitou a hipótese de terminar a frase totalmente diferente de como iria terminar, mas logo que repousou a cabeça no ombro dela ele pensou melhor e mudou de ideia. Era como dizem: "Tudo a seu tempo." - ...agradeço. Obrigado, não sabe o quanto é importante pra mim, ir com você. - disse num tom limpo e calmo, sem se apressar ou gaguejar, algo confortável de se ouvir. Naquelas situações, ao menos do jeito distante que ela aparentava estar nos olhos dele, era a hora em que mais se pensava que as vezes as pessoas só precisam de um abraço caloroso e um 'obrigado'.

A largou depois de certos segundos abraçando-a, mas ainda deixou suas duas mãos sob os ombros dela. Olhou para o chão e depois para seus olhos de orbes azuis, sorrindo timidamente novamente. - Me desculpe por isso, eu só, segui meus instintos. - brandou. Por mais um momento pensou em fazer algo que não fez, como beijá-la por exemplo, mas não era bem sim. Sentimentos como aquele não se ganham de uma hora para outro, se conquistam ao longo da caminhada. Os olhos dele refletiam paixão enquanto as palavras refletiam agradecimento, e o coração a fraqueza de não dizer.

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Presente do Klaus

I see reflections of me in your eye

Talk to me, show some pity, you touch me in many ways. But I'm shy can't you see?

Engoliu a seco a própria saliva, tinha certa tensão em si, mas depois daquilo sentia como se nada mais pudesse abalar o seu mundo. Para ele não foi um simples abraço, tinha algo mais no qual ele não sabia descrever. Às vezes pensava que deveria ter dito à ela, e outras vezes pensava que foi melhor não ter dito. O coração ainda batia forte, a dor de guardar aquilo dentro de si sem deixá-lo sair, era como ter o coração estraçalhado e depois ver pulverizar-se pedaço por pedaço, era uma dor infinitamente maior a de uma transformação, era algo que ele nunca sentiu, logo não sabia como agir corretamente. As mãos ainda suavam quando a ouviu agradecer e logo em seguida ficar paralisada. Colocou uma das mãos entre o pescoço e orelha de Mia, inclinando o corpo de modo que a ponta dos narizes quase se tocavam.- Mia? Mia, você tá bem? - dizia esperando alguma resposta.

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Presente do Klaus

And I need you more than ever

And if you only hold me tight

E os momentos de tensão começavam, enquanto ela ficou paralisada e ele sem saber ao exato sem saber, sem aviso Mia parecia ter voltada à essa realidade. Logo ela começaria a falar e John seria apenas um ouvinte de modo algum iria atrapalhar o que ela tinha a dizer, era o direito dela de deixar bem claro seu ponto de vista e o dele era apenas aceitá-lo. As palavras foram duras e pesadas, foram como flechas e lanças que atingiam seu corpo, principalmente seu coração. Permaneceu calado até que ela começou a correr, naquele momento ele tinha dois opções deixá-la ir, ou ir atrás dela. Por algum motivo algumas imagens de seu passado vieram em sua mente, e nunca mais ele perderia alguém querido, era algo que prometeu a si mesmo. Correu atrás dela, era mais rápido e não demorou para alcansá-la, segurou seu pulso com força fazendo com que parasse de correr sem machucá-la acidentalmente. Ele estava sério naquele momento foi então que ainda segurando o pulso dela colocou a mão da mesma sob seu peito, onde o coração batia acelerado.- Sente isso? Isso é o que eu te prometo, não importa a situação. - o tom de voz era sério, mas também calmo e sereno.

Continuou fitando-a nos olhos. - Eu não vou te trair Mia, porque não há mais ninguém no mundo que me faça ficar assim. Vai haver somente você na minha vida, e isso é a única coisa certa. Você vai ser tudo o que eu respiro, e cada passo que eu vou dar, e agora eu preciso de você aqui. - fazia uma breve pausa, esperando que ela estivesse mais calma e ouvindo-o atentamente - Eu poderia ter 8 vidas, em todas elas ter nascido em 8 países diferentes, ter tido 8 profissões diferentes, mas em todas elas, eu me apaixonaria pela mesma mulher. - terminou suas palavras, nada mais à dizer ou acrescentar, mais do que nunca ele se sentia leve, e já preparado para um não, tudo o que ele poderia prometer era seu coração, e aquilo já estava nas mãos dela desde muito tempo.

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Presente do Klaus

I will always be with you

'Cause I love you"

Não era fácil explicar como se sentia, aquilo certamente era um resumo de tudo o que ele compria dentro de si, queria dizer tanto e mostrar tanto, que eventualmente poderia acabar não dizendo ou mostrando nada, as primeiras palavras dela vieram como o som da esperança para seus ouvidos. Ao poucos ela encostou sua testa no peito de Johne e ele a envolveu em seus braços. Queria protegê-la, queria cuidar dela, queria dedicar cada minuto de sua vida à ela, ele apenas queria amá-la com cada força que tinha. - Eu vou te esperar o tempo que for preciso. - murmurou apenas para ela passando a mão sob sua cabeça.

No entanto mais ventos traziam a tempesta para os corações de ambos, Mia derrubou lágrimas, era a história do pai e da mãe, e a mesma temia que tal história voltasse a se repetir, mas tendo ela como uma das protagonistas. Meramente o som da voz dela chegava aos seus ouvidos, e tudo o que ele podia acreditar é que nunca a decepcionaria, era como um rio que lhe perturbava a paz interior. Mesmo que aquilo estivesse destinado à nunca acontecer, ele tinha certeza que em algum lugar do tempo ele a encontraria e a amaria novamente, assim como o vento varre a Terra. - Eu te entendo, e mesmo que cada parte da minha alma me mande amá-la com cada força que eu tiver, eu sinto que posso fazer muito mais que isso. - a partir daí as palavras que já eram mais momentâneas que pensadas simplesmente saíram sem o controle dele - Eu me pergunto como seria meu amanhã sem você, e definitivamente não é um mundo a qual eu queira viver. Eu sempre estarei com você, dividindo cada alegria ou tristeza, não há fim para o que eu sinto. Porque eu te amo até a morte. E isso é tudo que sei, por favor, não me torture mais. É difícil viver sem poder tocá-la, sem poder beijá-la, sem poder viver para sempre contigo. - a palavra 'para sempre' ecoou em sua mente, e mesmo que aquilo pudesse dizer algo, ele sabia que para sempre ainda era muito pouco do que ele estaria disposto à fazer.

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Presente do Klaus

I will always be with you

'Cause I love you"

Não havia muito mais a se dizer, a maioria das palavras naquele momento se tornaria dispensável e desnecessária então para que estragar aquele momento? Ele permaneceu calado, sem nada mais a acrescentar, apenas sentindo o calor do corpo de Mia enquanto visava o nada. Então uma frase típica de seu irmão, quando ainda estava em seu país natal, ecoou em sua mente: "Somos apenas monstros, John. Merecemos apenas uma morte igual a das vidas que tiramos."; apesar do irmão sempre ter sido dono de uma personalidade convicta de que fazíamos apenas nossa missão para com Gaia naquele mundo, depois do ataque, ele murmurou tal frase, mas só agora Terry a entendia. 'Definitivamente, eu não vou levar esse tipo de vida, irmão.'; pensou, e o motivo daquilo era apenas um, ela.

Passado-se algum tempo ele simplesmente a soltou, segurando logo em seguida em sua mão. - Vamos, eu te levo até sua casa. - dizia com certo tom de conformismo. Há quem diga que a vida para ser bela tem que ser perfeita, mas a beleza de viver está simplesmente na sua imperfeição. Naquele momento ele desejou ser apenas um humano comum, e não o que era. Quando levou os olhos até ela, simplesmente pensou: 'Seu eu fosse a chuva poderia eu me conectar ao seu coração, assim como ela pode unir os eternamente separados, terra e céu?'

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Talking...

Yes, Elka is the devil!

Ela parecia um tanto insegura, talvez segurar sua mão fosse algo novo, considerando que ele era do sexo oposto. Mesmo assim o fez e não largou, seriam com atos simples que ele mostraria que era digno. Logo Mia começou a explicar que não morava em tal casa, mas sim que estava num quarto no hotel, ela não demorou para revelar mais detalhes de seu passado e personalidade, ele poderia entender aquilo como uma demonstração de confiança? Balançou a cabeça num movimento que dizia que ele estava entendendo. - Não é nem metade das merdas da minha família. Eu não me dou bem com meu irmão desde sempre, podemos dizer que só nos aturamos. - dizia deixando algumas lembranças invadirem sua mente. - A minha relação com meu pai é mais fria, ele pouco fica em casa, e quando fica está ocupado demais. - remoía seu passado contando à ela certas coisas, e era exatamente daquele jeito.

O pai sempre vivia ocupado com os assuntos da alcatéia, e ele compreendia isso. Fora que era um homem rígido, e meio frio, o irmão mais velhos perecia seguir os mesmo passos que ele, a única coisa naquela casa que escapava da maldição do mal humor sem ser ele, era provavelmente a irmã mais nova, mas uma jovem com 14 anos ainda não teve a personalidade totalmente formada. - Minha mãe morreu quando eu ainda era bem pequeno, não me lembro muito bem dela. Morreu no parto de minha irmã mais nova. - e agora era a parte que lhe dizia respeito ao presente, Elka. Sem dúvida aquela idosa era o ser mais divertido que ele já conheceu. - E agora tenho a Elka, uma antiga amiga da família que é dona da casa onde eu fico. Mas cara, aquele velha é o terror. - dizia dando algumas risadas lembrando das frases épicas de Elka. - Logo no primeiro dia que cheguei aqui as coisas estavam meio incertas, até os pássaros pareciam ter me escolhido como alvo de seus tiros mortais. Então reclamei algo como; Por que cada pássaro da cidade me escolheu para cagar hoje?. Ela aproveitou pra dizer: 'Não devemos questionar a sabedoria dos animais.'. - ria novamente, enquanto contava a história com certo tom descontraído, queria vê-la sorrir também.

A acompanhou até a entrada do hotel e a abraçou para se despedir, nada mais nada menos, nem mais palavras. Dali foi embora e pronto.

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END ~

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