Mystic Grill

Eu andava mesmo distraida nos últimos dias. Entrei no Grill procurando alguma informação sobre a casa de Sophie e por incrivel que pareça a presença de Katherine e de Damon me passaram despercebidos, só fui perceber que eles também estavam ali quando Katherine parou para falar com Lis. E por sinal desde quando elas se conhecem? Katherine não é uma boa companhia para ninguém. Será que ela tinha algo a ver com o fato da Lis ter dado aquele show na frente de Elena no outro dia?

Lis disfarçou se virando para o balcão e tomando sua água, provavelmente fugindo de algum questionamento que ela deve ter imaginado que eu estava prestes a fazer. Então Katherine deve ter algo a ver com a mudança que eu achei ter visto em Lis e o que seria essa mudança? Um pensamento me passou pela cabeça e eu torci para que eu estivesse errada e que Katherine não estivesse se alimentando da garota ou pior, tivesse a transformado em uma vampira. Isso era o que menos se precisava na cidade, uma garota recém transformada e sem controle a solta pela cidade. O que parando para analisar Lis mais profundamente agora era o mais provável de se ter acontecido, ela ter sido transformada, por isso essa agitação, as olheiras. Falta de alimentação talvez?

Olhei em sua mão, mas não vi nenhum anel que pudesse protegê-la, nem nenhum outro acessório para isso. Era possível que talvez, mas um talvez bem pequeno que Lis ainda fosse uma garota humana normal. Não adiantava ficar apenas de suposições, o melhor era tocar no assunto, e se tratando de Lis, o melhor era que fosse com cautela. Eu queria que ela me desse respostas e não que saísse correndo sem me responder e sem que eu soubesse onde poder encontra-la novamente se fosse necessário.

Coloquei meu copo de vodka de lado, conversar com Lis embriagada não era a melhor opção, dei mais uma olhada em volta e agora pude perceber melhor o ambiente e as pessoas ao redor. O garoto que Lis havia comentado estava sentado perto de nós, assim como a garota que deu uma trombada agora a pouco. Olhando um pouco mais a frente, para as mesas, vi Alec sentado sozinho olhando para ninguém mais, ninguém menos do que Katherine. Me virei novamente para Lis, meu foco no momento era ela.

"Então você conhece a Katherine? Vocês parecem ser amigas." Ponderei o que disse e resolvi ser o mais direta possível, afinal era impossível que Lis não soubesse sobre vampiros, lobisomens, andando com Katherine e se ela tivesse sido transformada não havia o porque ter algum tipo de cautela, ela já deveria saber de tudo mesmo. E parando para pensar em tudo que Lis já havia me dito nessa noite, era mais fácil adivinhar agora. "Você foi transformada? É meio óbvio agora que você parece ter algum tipo de 'amizade'" disse fazendo aspas com as mãos "com a Katherine que a sua história de viajar na noite do Festival fica meio suspeita, ainda mais depois daquele momento estranho na mansão na manhã seguinte." falei torcendo para que ela não inventasse uma desculpa e saísse correndo.

Havia acabado de confrontar Lis sobre minhas suspeitas de ela agora ser uma vampira. A garota me pareceu ficar mais pálida do que ela já estava quando chegou, se isso fosse possível. Me fixei nela esperando sua resposta, mas Lis parecia perdida em pensamentos, provavelmente pensando no que poderia me contar, ou não.

“Lis?” a chamei. Ela me olhou prestes a me responder quando ouço alguém dizer.

“Oi” Elena havia parado entre eu e Lis e acenava sorrindo. Como eu não percebi ela entrar? Passei os olhos pelo ambiente, Katherine e Damon não estavam mais lá, Alec estava sentado em uma mesa e além dele provavelmente deveriam ter mais vampiros por ali além de Lis ao meu lado, que ainda era apenas uma suspeita.

“Oi! O que você está faz..”

“Eu preciso de você” disse Elena com os olhos suplicantes antes que eu conseguisse terminar de formular minha frase.

Meu instinto de ajudar Elena apareceu na hora, olhei dela para Lis que nos olhava parecendo aliviada.

“Por favor, só você pode me ajudar” ela parou de falar pegando fôlego, parecia que havia corrido para chegar até ali e ainda me olhava suplicante.. Eu precisava saber sobre Lis, mas não poderia negar ajuda a Elena.

“Tudo bem” disse a ela me virando para Lis em seguida “preciso ir, conversamos depois” sabia que ela entenderia. Lis acenou, eu me virei pagando minha bebida e saindo com Elena.

“O que aconteceu?” perguntei fechando a porta do Grill.

ENCERRADO PARA BONNIE E ELENA

continua na floresta

Depois de ficar muito tempo refletindo, -NNN olhando para o nada, resolvo que não havia nada para fazer além de ir embora. Termino de beber a minha 6ª cerveja com a maior calma do mundo, olhei para os lados e vi que o garoto estranho de olhos vermelhos havia sumido, e uma loira desconhecida ia em direção ao banheiro. Eu apenas dei de ombros e tentei ignorar. Paguei minhas bebidas e fui indo na direção do banheiro também antes de sair de lá. Então eu ouvi um barulho estranho vindo de lá, resolvi não criar tumulto nem sair correndo. Tentando evitar minha curiosidade, apenas me virei e sai de lá andando para fora do Grill. Banheiro da minha suíte... Ai vou eu, com 6 garrafas de cerveja sendo absorvidas pelos meus rins.

ENCERRADO

O cansaço da viagem estava começando a me vencer, de modo que decidi passar primeiro em algum lugar e descansar um pouco, antes de seguir para a mansão. O Mystic Grill possui uma atmosfera agradável, o que posso constatar logo na entrada: ao chegar, encontro vários jovens conversando ao som de uma boa música, um ótimo ponto de encontro para habitantes não convencionalmente humanos. O que, tipicamente, não seria algo incomum nessa cidade.

Enquanto espero um cappuccino, verifico as últimas mensagens recebidas no celular. Uma, em especial, recebida há cerca de uma hora atrás, faz com que o meu sono desapareça rapidamente: em anexo, as fotografias das páginas de um antigo Grimório, antes pertencentes à uma poderosa bruxa, que foi assassinada recentemente enquanto ajudava Klaus a descobrir uma maneira de completar seus híbridos. Glória tinha seus próprios meios de desacelerar os efeitos da passagem do tempo, mas isso não foi o suficiente para adiar por mais tempo o seu encontro com a morte.

Meu cappuccino chega, o que faz com que eu perca a concentração naquilo que estava fazendo. Me deixo levar por pensamentos enquanto bebo, pois há muito ainda a ser feito.

Uma antiga balada toca no Mysitic Grill, enquanto saboreio os últimos goles do meu cappuccino. Por alguns instantes, encontro-me distraído à respeito das páginas do antigo Grimório de Glória, apenas observando os gestos triviais das pessoas no bar: um grupo de amigos se diverte jogando sinuca, naqueles que parecem ser os momentos finais de um recesso escolar, o que irrita um casal próximo. O mesmo, logo muda de lugar, tentando, assim, evitar o barulho causado pelas gargalhadas. Um adolescente parece tentar comprar bebida alcoólica ilegalmente, o que logo é desencorajado por uma garota que o puxa pelo braço (do modo mais discreto possível), levando-o para uma mesa cheia de garotos da sua idade.

Ao acompanhar o desenrolar dessas pequenas histórias, não percebo quando uma garota esbarra no garçom que passava ao meu lado, derramando sobre a minha camisa uma dose de Whisky que ele serviria em uma mesa próxima. Apesar disso, não consigo ficar irritado diante desse pequeno acidente, pois o rapaz parece ficar infinitamente mais sem jeito do que eu. O fato é que, após alguns instantes, ambos percebemos como a situação era engraçada e começamos a rir. Ainda assim, ele se desculpa desajeitadamente, de modo que eu procuro mostrar que está tudo bem.

Tento retirar um pouco do Whisky da minha camisa no banheiro do bar, apesar de a aparência não ter ficado das melhores. Enquanto abotoo novamente a camisa, observo, no espelho, o nome de Sheila Bennet marcado no meu peito. Nesse momento, lembro de que devo me apressar e, tendo terminado de arrumar a minha roupa, pago a conta e saio do Mystic Grill, voltando para o carro.

Alguns minutos se passaram e o meu café ainda não tinha chegado, eu bufei e virei para o lado. Logo vi o garçom chegar com o meu pedido "Aleluia! Estou faminta! Não, faminta é pouco!" Pensei comigo mesma. Mas eu realmente tinha que estar faminta, a ultima vez que comi algo foi ontem lá pelas 3 da tarde. Não conseguia parar de pensar em... "Coisas muito importantes da escola. April, concentração! Pense na escola e em suas notas sempre altas, não perca o foco por nada! NADA! "
- Obrigada...
Sorri gentilmente para o garçom, que me retribuiu o sorriso antes de voltar para o balcão. Acompanhei ele com os olhos e depois dei um gole no café, sem açúcar, enquanto passava os olhos pelo balcão e pelos poucos outros clientes daquela manhã. E eu quase cuspi todo café, que havia na minha boca, naquele momento. Ele, não o garçom, mas ele estava lá. Estava tomando café e olhando para o nada.
Engoli rapidamente aquele café meio amargo e puxei um saquinho de adoçante para perto de mim. Coloquei o adoçante no café, mexi e tomei mais um pouco. "Está melhor agora." Pensei colocando a xícara novamente sobre a mesa. Comecei a comer o sanduíche e tomar o café, mas a cada gole ou mordida eu dava uma olhadinha discreta para ele. Tomando cuidado, é claro, para ele não notar. Vai ver ele começava á achar que eu estava perseguindo-o. "O que não faria o menor sentido já que EU, cheguei aqui primeiro." Terminando com o meu momento criancinha eu voltei para o meu café que parecia nunca acabar.
- Quello che ho fatto per meritarmi questo?
Falei baixinho para mim mesma.